Os mitos e suas bolhas eleitorais

Cada uma das bolhas em que se divide a sociedade brasileira hoje, sobretudo do ponto de vista eleitoral, é marcada por contradições internas insanáveis.

A bolha progressista, que congrega os grupos que acreditam no capitalismo liberal (esquerda, centro democrático, direita liberal) é marcada, dentre outras, por uma grande contradição: o papel do Estado na economia.

Já a bolha tradicionalista, que congrega grupos que não valorizam o capitalismo liberal (direita autoritária, centro neoliberal, cristãos conservadores), é dividida, dentre outras, pelo papel da religião na política de Estado.


O líder mítico de uma bolha eleitoral deve cumprir o papel de unificar seus membros, tornando as divisões internas invisíveis ou menos relevantes.

Olhando para o cenário brasileiro de agora, o "mito" Bolsonaro parece mais fortalecido para cumprir esse papel do que o "mito" Lula.

Quando observamos os apoios dos candidatos derrotados, é notória a quantidade de "ressalvas" ou "condições" formuladas pelos novos apoiadores de Lula em relação aos novos apoiadores de Bolsonaro, que aderem quase incondicionalmente a ele.

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