A bolha progressista, mesmo composta por grupos diferentes, converge em uma crença econômica: a de que o capitalismo é inevitável e pode organizar uma sociedade.
Enquanto a esquerda reformista considera que o Estado seja essencial para consumar essa organização, a direita democrática tende a demonizá-lo, preconizando seu afastamento do mercado e, até mesmo, das questões sociais.
Do lado da esquerda reformista aparecem os direitos sociais e os serviços públicos universais, enquanto a direita democrática preconiza a privatização e o focalismo. Entre elas, vários grupos intermediários defendendo níveis diferentes de intervencionismo.
Com o fortalecimento do neoliberalismo de esquerda, as diferenças diminuem e a convergência em torno do capitalismo aumenta.
Essa bolha monopolizou os discursos públicos (político, científico e cultural) e governou países diversos no início do século XXI, estabelecendo seu momento de aparente prosperidade.
O desenvolvimento tecnológico, todavia, tornou a bolha obsoleta e incapaz de lidar com questões como o crescimento da miséria e o aumento da desigualdade.
Suas respostas, sob o véu da democracia, não controlam mais a crueldade do capitalismo.
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