A Economia Moral dos Números: O que as estatísticas não contam sobre a classe trabalhadora Erik Chiconelli Gomes¹ A Experiência da Sobrevivência e a Frieza dos Índices A história social nos ensina que o padrão de vida de uma população não pode ser medido apenas pela régua fria da acumulação monetária ou pelas médias estatísticas, mas sim pela experiência vivida no cotidiano das classes trabalhadoras. Ao analisarmos os dados recentes divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontam a pobreza e a desigualdade no menor patamar em trinta anos, somos confrontados com um paradoxo típico do capitalismo tardio: a melhoria dos índices macroeconômicos não elimina, necessariamente, a vulnerabilidade estrutural da vida operária. O aumento da renda média para R$ 2.015,00 e a queda da extrema pobreza para menos de 5% são conquistas inegáveis, mas devem ser lidas sob a luz das lutas diárias por dignidade. É fundamental compreender que esses números, celebrados na rep...
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